Concepção do Curso
Na orientação do Curso de Licenciatura em História-EaD, defendemos a centralidade da concepção de competência, entendida como a capacidade de operar os conhecimentos específicos para a compreensão das questões envolvidas em seu trabalho, bem como sua identificação e resolução, além de autonomia para tomar decisões. Ao lado disso, o futuro profissional deverá ser capaz de avaliar criticamente sua própria atuação e o contexto em que atua, interagindo cooperativamente com a comunidade profissional a qual pertencerá e com a sociedade.
Competências,
por sua vez, não são adquiridas apenas através do aporte teórico ou do
estritamente prático, mas mediante ações teórico práticas efetivas e
continuadas, isto é, toda teoria articulada com o fazer e todo fazer articulado
com a reflexão. Assim sendo, entendemos que a construção de competências deve
se refletir nos objetivos da formação dos discentes, bem como na eleição dos
conteúdos, na organização institucional, na abordagem metodológica, na criação
de diferentes tempos e espaços de vivência dos discentes, o que inclui a
avaliação, que deve ser processual.
Para
que efetive o acima exposto, é imprescindível que haja coerência entre a
formação que se oferece e a prática que se espera dos futuros historiadores.
Tal coerência deve levar em consideração cinco aspectos fundamentais, tomados
como elementos norteadores da proposta pedagógica, e que perpassam toda a
estrutura do curso, quais sejam:
a) a simetria invertida;
b) as concepções de
aprendizagem;
c) as concepções de conteúdo;
d) as concepções de avaliação;
e)
as concepções de pesquisa.
O
conceito de simetria invertida é uma das peculiaridades da formação do
professor: o discente se profissionaliza em um lugar similar àquele no qual
atuará (levando-se em consideração que a grande maioria dos egressos se
dedicará ao magistério). Assim, sua própria experiência como aluno – desde as
séries iniciais – é constitutiva do papel a ser exercido futuramente na
docência. Isso nos leva à conclusão de que é preciso que o discente
experimente, como aluno, ao longo de todo seu processo de formação, as
atitudes, modos de organização, modelos didáticos e capacidades que se pretende
que adquiram. Na medida em que o modelo de educação a distância se efetua com
uma menor quantidade de aulas presenciais, as competências que se procura
instilar no docente serão estimuladas também através da forma de abordagem dos
conteúdos, nas interações para resolução de dúvidas e no retorno das avaliações
formativas, da postura diligente dos professores-tutores com os estudantes e
das orientações sobre como devem ocorrer as práticas e os estágios, bem como
através da interação entre o tutor presencial e os alunos no polo.
A
concepção de aprendizagem adotada entende o conhecimento como algo a ser
construído – não apenas transmitido –, e que tal processo de construção se desenvolve
no convívio humano, na interação entre o indivíduo e a cultura na qual vive, na
qual – e com a qual – se forma e para a qual se forma. Isso só será possível se
o indivíduo tiver acesso a elementos que possuam significação na cultura. Daí
decorre a necessidade de repensar as perspectivas metodológicas, a fim de que
propiciem situações de ensino e aprendizagem que favoreçam a combinação de
diferentes conhecimentos, os quais devem sempre ter como ponto de partida o
repertório de conhecimentos dos discentes. Tais situações, como se sabe, devem
ser comunicativas, nas quais professores e alunos participam conjuntamente e
com influência igualmente decisiva para seu sucesso.
A
construção e o desenvolvimento de competências se dão, basicamente, a partir da
aprendizagem dos conteúdos curriculares. Nesse sentido, o currículo foi
reformulado com a incorporação dos conteúdos necessários ao pleno exercício da
profissão, tratados nas dimensões conceitual (teorias, informações, conceitos),
procedimental (o saber fazer) e atitudinal (valores e atitudes). Tendo em vista
essa concepção de conteúdo, entendemos ser imprescindível garantir a
articulação entre conteúdo e método de ensino, o que, ressalte-se, deve estar
estritamente vinculado ao tratamento metodológico, que fará com que a
aprendizagem possa ser realmente significativa.
A
concepção de avaliação adotada compreende a mesma como parte integrante
fundamental do processo de formação docente, uma vez que permite a análise da
aprendizagem dos futuros profissionais, o que, por sua vez, é capaz de, entre
outras coisas, permitir o favorecimento do percurso acadêmico dos alunos,
regular as ações de sua formação e, ao cabo, certificar sua formação
profissional. Não objetiva, portanto, à punição dos que não alcançam o que se
pretende, mas a auxiliar o discente a identificar suas carências e empreender o
esforço que se fizer necessário para realizar sua indispensável parcela no
processo de aprendizagem. Tendo em vista esta concepção, fizemos opção por
avaliações formativas virtuais e presenciais, através das quais o discente
recebe o devido retorno de suas avaliações, a fim de que possa corrigir
eventuais erros, visando uma formação profissional de qualidade.
A indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão se consolidou, nos últimos anos, como um dos fundamentos do
mundo acadêmico. Nossa proposta pedagógica, por sua vez, vai ao encontro deste
pressuposto, ao advogar que a formação profissional do historiador deve,
necessariamente, contar com a coexistência desses dois elementos. Somente um
profissional que ao longo de sua formação foi ensinado e estimulado a ser ele
mesmo um pesquisador será capaz de exercer seu ofício de historiador associando
teoria, métodos e o manejo dos dados empíricos.
Vale
dizer que o aspecto da pesquisa extrapola o âmbito da formação propriamente
mais específica do historiador, e se espraia para o âmbito da docência, na
medida em que a postura investigativa suscitada pela prática da pesquisa
auxiliará os futuros professores a não se portarem como meros repassadores de
informações, mas produtores de conhecimentos que serão, por seu turno, capazes
de instilar em seus futuros alunos a prática investigativa.
De posse dos
procedimentos de pesquisa – levantamento de hipóteses, registro de dados delimitação
de problemas, sistematização de informações, análise e comparação de dados etc.
– o historiador estará habilitado a encontrar respostas aos dilemas com os
quais se defronta no exercício de suas funções, sejam ou não docentes. No caso
da docência, acrescente-se, estará ainda mais habilitado a investigar os
condicionantes do processo de ensino, as teorias da aprendizagem e outros
elementos que concorrem para o êxito do trabalho docente.
Matriz Curricular
Matriz Curricular
HISTÓRIA
| ||||
Período
|
Cód.
|
Disciplina
|
Créd.
|
C.H. Total
|
1º Tr.
|
4814
|
Fundamentos das Ciências Humanas e Sociais
|
005
|
075
|
6144
|
Metodologia da Pesquisa
|
004
|
060
| |
4875
|
Língua Portuguesa
|
005
|
075
| |
2º Tr.
|
4871
|
Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem
|
005
|
075
|
5926
|
Direito Aplicado à Educação
|
004
|
060
| |
4955
|
Didática: Organização do Trabalho Pedagógico
|
004
|
060
| |
6157
|
Seminário Integrador
|
002
|
030
| |
Total: 7
|
029
|
435
| ||
Período
|
Cód.
|
Disciplina
|
Créd.
|
C.H. Total
|
3º Tr.
|
4849
|
História Antiga
|
005
|
075
|
4844
|
História Medieval
|
005
|
075
| |
6735
|
Educação a Distância
|
004
|
060
| |
4º Tr.
|
4810
|
História Moderna
|
005
|
075
|
5083
|
História do Brasil I
|
004
|
060
| |
4807
|
Viv. Prát. Docente I
|
006
|
090
| |
Total: 6
|
029
|
435
| ||
Período
|
Cód.
|
Disciplina
|
Créd.
|
C.H. Total
|
5º Tr.
|
2168
|
Construção do Pensamento Histórico
|
003
|
045
|
4806
|
Metodologia do Ensino da História
|
010
|
150
| |
4805
|
História da América I
|
006
|
090
| |
6º Tr.
|
4797
|
História da África I
|
005
|
075
|
2178
|
Viv. Prát. Docente II
|
005
|
075
| |
Total: 5
|
029
|
435
| ||
Período
|
Cód.
|
Disciplina
|
Créd.
|
C.H. Total
|
7º Tr.
|
4794
|
História Contemporânea I
|
006
|
090
|
4793
|
História do Brasil II
|
005
|
075
| |
4745
|
Docência Supervisionada I (História)
|
007
|
105
| |
8º Tr.
|
4792
|
História da África II
|
005
|
075
|
4791
|
Produção Historiográfica
|
006
|
090
| |
Total: 5
|
029
|
435
| ||
Período
|
Cód.
|
Disciplina
|
Créd.
|
C.H. Total
|
9º Tr.
|
5177
|
História Contemporânea II
|
005
|
075
|
6147
|
História do Oriente
|
004
|
060
| |
4746
|
Docência Supervisionada II (História)
|
010
|
150
| |
10º Tr.
|
6161
|
História do Brasil III
|
005
|
075
|
6162
|
História da América II
|
005
|
075
| |
Total: 5
|
029
|
435
| ||
Período
|
Cód.
|
Disciplina
|
Créd.
|
C.H. Total
|
11º Tr.
|
4747
|
Docência Supervisionada III (História)
|
010
|
150
|
6163
|
Métodos e Téc. na Produção Científica (História)
|
005
|
075
| |
6160
|
Língua Brasileira de Sinais
|
004
|
060
| |
12º Tr.
|
4987
|
História Regional
|
004
|
060
|
6164
|
Produção Científica (História)
|
006
|
090
| |
Total: 5
|
029
|
435
|
SÍNTESE
Semestres
|
Teórica
|
Prática
|
Estágio
|
Extensão
|
Crédito
|
Total
|
1º e 2º Trimestres
|
405
|
030
|
000
|
000
|
029
|
435
|
3º e 4º Trimestres
|
375
|
060
|
000
|
000
|
029
|
435
|
5º e 6º Trimestres
|
300
|
135
|
000
|
000
|
029
|
435
|
7º e 8º Trimestres
|
285
|
045
|
105
|
000
|
029
|
435
|
9º e 10º Trimestres
|
285
|
000
|
150
|
000
|
029
|
435
|
11º e 12º Trimestres
|
150
|
135
|
150
|
000
|
029
|
435
|
Totais
|
1800
|
405
|
405
|
000
|
174
|
2610
|
Atividades Extensionistas
|
000
|
000
|
000
|
210
|
014
|
210
|
Total GERAL
|
1800
|
405
|
405
|
210
|
188
|
2820
|